Café: Alta nos preços continua com a força do real e clima desfavorável
- Caffe Degli Angeli
- 8 de jan.
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Os preços do café seguem em alta nas bolsas internacionais, impulsionados por diversos fatores econômicos e climáticos. Nesta terça-feira (07), os contratos futuros de café arábica e robusta registraram ganhos significativos. O arábica, por exemplo, alcançou valores expressivos, com o vencimento de março/25 encerrando em 320,50 cents/lbp. Já o robusta obteve um aumento de US$ 35 no contrato de janeiro/25, consolidando uma tendência de alta no mercado internacional.
Um dos principais fatores por trás dessa valorização é o fortalecimento do real frente ao dólar, que incentivou a cobertura de posições vendidas nos contratos futuros. Ao mesmo tempo, o clima desfavorável no Brasil continua a ser uma preocupação central. As chuvas abaixo da média em Minas Gerais, maior estado produtor de café arábica, somadas à seca prolongada, têm comprometido a produtividade das lavouras. Na última semana, o estado registrou apenas 62,5 mm de chuva, o que corresponde a 86% da média histórica, segundo dados da Somar Meteorologia.
Outro elemento relevante é a queda nas exportações de café do Vietnã, o maior produtor de robusta do mundo. Em 2024, o país exportou 1,34 milhão de toneladas métricas de café, uma redução de 17,2% em comparação ao ano anterior. Esse recuo reflete a menor disponibilidade de grãos no mercado global, aumentando a pressão sobre os preços.
No mercado interno brasileiro, as movimentações foram tímidas, com os produtores adotando uma postura cautelosa. Apesar das variações regionais nos preços do arábica Tipo 6 e do Cereja Descascado, a comercialização foi limitada, destacando a preferência dos cafeicultores por aguardar condições mais favoráveis para novos negócios. Em Machado/MG, por exemplo, o arábica Tipo 6 sofreu uma queda de 0,93%, enquanto em Franca/SP registrou um aumento de 0,88%.
A instabilidade climática permanece como um desafio crítico para o setor, especialmente nas regiões produtoras do Brasil. A combinação de seca prolongada e chuvas insuficientes afeta diretamente a qualidade e o volume da produção. Além disso, a baixa oferta global de café robusta, agravada pela redução nas exportações vietnamitas, fortalece ainda mais os preços, beneficiando os produtores que conseguem manter estoques.
A expectativa é de que os preços continuem elevados no curto prazo, sustentados pela oferta restrita e pela alta demanda internacional. Contudo, a evolução do cenário climático e a recuperação das lavouras em 2025 serão fatores determinantes para o equilíbrio entre oferta e demanda. Até lá, a postura defensiva dos produtores brasileiros deve prevalecer, contribuindo para um mercado com movimentações limitadas.
Fonte: Notícias Agrícolas
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